Texto: Lívia Nunes
Fotos: George Magaraia
A frase “Palavra também é coisa para ser vista” gerou reflexão ao abrir o texto curatorial da exposição “Entre a Palavra e a Imagem”, inaugurada na noite da última segunda-feira (03/11), na Galeria Gustavo Schnoor, no Campus Maracanã da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). A provocação do tema buscou tensionar limites na aliança palavra-imagem e envolver as obras dos 18 artistas participantes. A mostra segue aberta ao público até 19 de dezembro, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.

A mostra integra a programação do 10° Seminário Discente do Programa de Pós-Graduação em Artes (PPGArtes) e abre um espaço de diálogo entre a produção acadêmica e os processos artísticos. Com realização da Coordenadoria de Exposições de Artes (Coexpa) do Departamento Cultural da Uerj (Decult), “Entre a Palavra e a Imagem” é uma iniciativa do corpo discente do PPGArtes e contou com a parceria do Programa de Pós-Graduação em História da Arte (PPGHA).
— Essa é a décima edição, mas a primeira vez que o Seminário do PPGArtes tem uma exposição junto à programação dos painéis e mesas. Foi uma oportunidade para os alunos trazerem também seus trabalhos artísticos, além dos trabalhos de pesquisa, escritos e apresentações. Inicialmente, a proposta era só para alunos do PPGArtes, mas abrimos aos artistas alunos de todos os programas de pós-graduação, graduação e egressos em artes — relatou a doutoranda Maria Eduarda Kersting, uma das curadoras da exposição.

De acordo com o olhar curatorial, é a partir de distintas mídias que os artistas participantes Millena Lízia, Marina Alfaya, Saulo Martins, Luiz Sisinno, Lucas Feres e Lucas Lago discutem as impossibilidades de escrever, ler e ver. Já as obras de Almeida da Silva, Ana And e Mirna Machado encontram na magia o lugar de onde provém e para onde se dirigem as palavras. Também sobre esse ponto de origem, se dedicam os trabalhos expostos de Pavão e Bárbara Paul. Os artistas Pedro Carneiro, Fernanda Morais e Ana Bia Novais buscam nos gestos as linhas que traçam o mundo ao redor. Por fim, Regina Pessoa, Ju Morais, Bruno Novadvorski e William Araújo encontram na palavra forte do slogan, a dimensão política do jogo social.
— Na hora de conferir a exposição, a reflexão é individual. À princípio, você tem uma obra que parece simples, mas ao observar e prestar atenção, você busca o que o artista quis dizer, qual foi a linha de pensamento dele. A partir daí, um mundo se abre. São diversas interpretações que surgem daqui. A verdade é que não é necessário bula para interpretar arte e todos podem vir e encontrar suas próprias respostas — disse a mestranda e também a curadora Alessandra Cadore sobre a oportunidade de se fazer perguntas e encontrar as próprias respostas ao apreciar uma obra de arte.

O trabalho curatorial de “Entre a Palavra e a Imagem” também contou com Ana Elisa Lidizia, Beatriz Almeida, David Bispo, Eduarda Ferrari Soletti, João Paulo Ovidio, Luiza Reginatto, Manoela Cavalinho,Rayssa Veríssimo, Roberta Nascimento, Sema, Stephanie Santana e Virna, Santolia, além dos citados Alessandra Cadore, Maria Eduarda Kersting e Mauro Ramalho. Já a comissão de organização ficou sob a responsabilidade de Cecília Bedê, Sema, Luiza Reginatto, Virna Santolia, Roberta Nascimento, Beatriz Almeida, Rayssa Veríssimo e Manoela Cavalinho.
— Nós fomos convidados a participar desse processo curatorial e nos apresentaram a proposta de tema pronta: “Entre a palavra e a imagem”. A partir daí, recebemos os trabalhos e fizemos reuniões de curadoria, onde a gente selecionou as 17 obras que estão aqui. Todas elas têm uma forte relação com a proposta de palavra e imagem — relatou o mestrando Mauro Ramalho.



