Da tragédia grega à dança ancestral o Mostra,COART! ofereceu um mergulho em diversas linguagens artísticas conectando estudantes com o corpo.
Por Samira Santos
A segunda parte da nossa cobertura do Mostra,COART! traz um verdadeiro mergulho em diversas linguagens artísticas, que buscam não só refletir sobre o mundo à nossa volta, mas também conectar os estudantes com o seu próprio corpo e expressão. São oficinas que se desdobram em performances e exposições, trazendo ao público uma rica diversidade de experiências em Artes Cênicas, Cinema e Dança.
Na Oficina de Teatro, o público foi convidado a mergulhar no clássico grego Antígona, com monólogos das personagens da peça. Sob a direção de José Araújo, os participantes exploraram os conflitos internos das personagens e a grande tragédia que as move. Ainda no campo das artes cênicas, a Oficina de Improvisação, do oficineiro Claudio Amado, propôs um espetáculo que envolveu cenas e jogos improvisados, revelando a força da espontaneidade no palco. Para ele, “o improviso é o gênero de teatro mais feito por pessoas que não são atores”, enfatizando que qualquer pessoa pode aprender a arte de improvisar e se expressar.

Apresentação da oficina de Improvisação (Foto: Lucas Canito)
A oficina de dança e performance, coordenada por Elisa Quintanilha, desafiou os estudantes a explorar o movimento e os objetos em suas performances. Com o tema “Gesto, sentido e objetos”,puderam usar o corpo e os objetos como parceiros na criação de performances autorais, em um verdadeiro laboratório de expressão e criatividade.
A dança também esteve em destaque com a Dança Afro: Reconexão Ancestral, do Cleiton Sobreira, que proporcionou uma aula aberta para a comunidade, com apresentações da turma e uma vivência de ritmos ancestrais que reverberam nas danças de origem africana. Já no ritmo do Forró Contemporâneo, com Ian Pacheco, o evento convidou tanto os alunos das oficinas regulares quanto os novos interessados para uma aula aberta e prática de forró, com foco na integração e troca de conhecimentos. E também tivemos a apresentação da oficina de Funk que foi marcada por muita energia e descontração, a aula aberta reuniu participantes de todas as idades, que se entregaram para dança e os ritmos do funk carioca.
O cinema também foi um ponto alto da mostra. A Oficina de Roteiro, com Pedro Lauria e Gabriel Frauches, proporcionou aos alunos a oportunidade de apresentar seus pitches de projetos de filmes. A dinâmica de pitching deu aos participantes a chance de apresentar suas ideias e conceitos de curta-metragens, preparando-os para a produção real no semestre seguinte. Em outro momento, a turma do Laboratório de Atuação para Audiovisual teve a chance de compartilhar seus curtas, desenvolvidos ao longo do curso. Com a supervisão de Filipe Codeço, o grupo trabalhou intensamente a expressão e a construção de cenas, incluindo a criação de personagens a partir de relatos pessoais.

Mostra da oficina de Funk (Foto: Equipe COART)
Filipe Codeço, destacou como foi enriquecedor o processo de aprofundamento nas técnicas de palhaçaria, onde os alunos exploraram o ridículo e a comicidade dentro de si mesmos. “É um processo delicado”, afirma Filipe, ao falar sobre o desnudamento que a palhaçaria exige, desafiando os participantes a mostrar suas falhas e se libertar das convenções sociais.
Já o oficineiro Claudio Amado, que trouxe o Teatro de Improviso para a Mostra, contou como a turma se desenvolveu ao longo dos meses, com grande participação e entusiasmo. Ele frisou a importância do improviso como uma porta de entrada para o teatro, especialmente para quem não tem experiência prévia. “Se você não tem experiência em teatro, mas gostaria de aprender, o improviso é a melhor forma de começar”, afirmou Amado, convidando a todos para as próximas edições.

Estudantes de Impro em sua performance (Foto: Lucas Canito)
A Mostra de Artes Cênicas, Cinema e Dança não é apenas um espaço de apresentação artística, mas também um ponto de encontro e troca para todos aqueles que desejam explorar a linguagem das artes em suas diferentes formas. Na COART, a arte tem se manifestado em múltiplas linguagens podendo ir da dança à literatura, do cinema à música, das artes visuais às artes cênicas e vem criando um ambiente diverso, onde diferentes expressões dialogam e se complementam. Esta matéria é a parte 2 de nossa cobertura e convidamos o leitor a também ler a parte 1 para acompanhar todo o percurso artístico que vem sendo construído no Centro Cultural.