Dia 17/10/2025
Texto e foto: Lívia Nunes
A exposição “sul-realismo margeado” reuniu artistas e estudantes em uma roda de conversa na noite da última quinta-feira (16/10) na Galeria Gustavo Schnoor, no Campus Maracanã da UERJ. Entre os temas abordados esteve a experiência pessoal de cada um, as técnicas utilizadas nas obras e a proposta curatorial de expor artistas da periferia do Rio de Janeiro dentro da universidade pública.
Nesta sexta-feira (17/10), “sul-realismo margeado” encerra sua temporada. Foram mais de 600 visitantes desde a estreia em 25 de agosto. O resultado é motivo de orgulho para Osmar Paulino, que assina a exposição como curador negro.
— Não é meu interesse delimitar ou criar conceitos. Pelo contrário, eu quero fazer perguntas, possibilitar o debate. A curadoria dessa exposição dentro de uma universidade, com o olhar partindo das periferias e favelas é motivo de orgulho para mim. No passado, talvez, isso não fosse possível. É relevante estarmos aqui e isso é uma reafirmação de que nós existimos — ressaltou Osmar.

Com obras de 20 artistas, “sul-realismo margeado” buscou uma arte crítica, com a ruptura das ideias e interpretações do comum, da cidade, da natureza, do real e do imaginário. Assistente curatorial, Cecília Bedê comentou que a escolha de todas as obras expostas foi refletida e todas se justificaram. “Essa foi uma curadoria altamente afetiva, que ocupa um lugar novo, um lugar de diálogo e de mediação. A função da curadoria não foi mostrar um projeto pessoal ou uma pesquisa individual, a intenção foi proporcionar o encontro do trabalho dos artistas com o público”, disse Cecília Bedê.
A exposição é uma produção da Coordenadoria de Exposições de Arte (Coexpa) do Departamento Cultural (Decult) e nessa noite contou com a presença dos artistas expositores Gravadora Amadora, Gabriel D’Keto, Daiane Lúcio, João Teodoro, Robnei Bonifácio, Marlon Amaro, Ruana Carla, além de Osmar Paulino e Cecília Bedê.

Estudantes aproveitaram roda de conversa para conhecer o processo criativo
Entre os estudantes que assistiram e participaram da roda de conversa esteve Vânia Caroline Saraiva, de 25 anos. Aluna do curso de História da Arte da UERJ, ela buscou se aprofundar no conhecimento do processo particular dos artistas.
— Uma roda de conversa é um ótimo momento para nos aprofundarmos e irmos além do texto curatorial. Vou fazer um trabalho para a faculdade sobre a exposição. Então, vim ao encontro para ter mais informações sobre os artistas, sobre a experiência e a projeção fora da universidade — finalizou Vânia.