Retomada

Retomada
21 ago 18:00
Até 19 set, 23:59 29d 5h 59m

Retomada

Galeria da FFP
Organizado por Coexpa

A mostra do artista plástico Robnei Bonifácio, com curadoria de Renata Gesomino e assistência curatorial de Fava da Silva, carrega a percurso de uma comunidade diante de mudanças em seu cotidiano e a observação atenta do artista aos impactos ambientais no Morro da Jaqueira, no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, durante a construção de um condomínio.

 

Texto curatorial

A criação retomada em passos e pisos telúricos A “consciência imaginante”, que transcende o real, cria e vive a imagem poética, transformando o discurso sobre o mundo em ato no mundo, e por conseguinte, estruturando o pensamento em ação. Com base nas definições sobre o devaneio poético do filósofo francês Gaston Bachelard, lançamos nosso olhar para os desdobramentos dos trabalhos telúricos do artista e educador Robnei Bonifácio presentes na exposição individual “Retomada”, na Galeria da Faculdade de Formação de Professores
da UERJ. O título escolhido pelo artista marca o momento íntimo de retomada de sua produção, permanentemente acompanhada por tomadas de consciência que se materializam no campo da linguagem visual através de pinturas e fotografias que fazem parte de um work in progress (trabalho em processo) iniciado com as observações às transformações no espaço natural do Morro da Jaqueira em Boa Esperança, Nova Iguaçu. As ações ambientais inescrupulosas do empreendimento imobiliário Granland, causadoras de deslizamentos de lama que provocaram grandes perdas e prejuízos à comunidade local, resultaram na construção apenas da fachada do projeto de condomínio embargado pela justiça a partir da mobilização da população com a ajuda do artista. Desta tomada de consciência, Robnei desenvolveu extensas séries de trabalhos que estão conectadas pela memória do local, pelo território, pelo solo e pelo sentido de coletividade, estabelecendo uma relação dialética entre o particular e o coletivo, entre o apoio comunitário e sua própria individualidade artística. Assim, podemos compreender a justaposição das obras que compõem séries como “Aquarelotes”, “Piso comum”, “Chão de casa” e “Casinha”, criando uma leitura contínua para o observador, ora engajada, ora metafórica, para narrar uma história de retomada em passos e pisos telúricos.
Renata Gesomino
Professora Associada do IART-UERJ. Docente perma

 

Projeto gráfico: Laysa Victoria

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