Do heavy metal a quadrinhos, conheça os personagens da semana

Esquenta, Cine Cartola e Quintal Cultural dão destaque a diversidade artística na Uerj

Por Samira Santos

A COART transformou a semana de 12 a 18 de setembro, promovendo seus eventos fixos como o Esquenta na COART, o Cine Cartola e o Quintal Cultural. A programação do Centro Cultural não apenas abriu espaço para novas criações artísticas, mas também deu palco a personagens notáveis que definem a vibração da universidade.

A virtude eclética do esquenta

No dia 12 de setembro, a COART teve a participação de diversos artistas no Esquenta na COART, sendo a atração principal a banda Anjos da Sombra, que levou o peso do Hard Rock e Heavy Metal ao Salão 2. Conhecida no circuito da Rua Ceará, a banda é formada pelos veteranos Marcelo Silva, Ricardo Freitas e Henrique Silveira, e celebrou dez anos de estrada demonstrando por que tem um nome consolidado no cenário do rock. Em entrevista, Marcelo Baère produtor cultural da COART, abordou a relação da banda com o público, que é tradicionalmente diverso. Baère destacou que a banda foi uma das dez participantes da 1ª Mostra Uerj de Bandas (Muba), promovida pela COART em junho, no Teatro Odylo Costa Filho.

Apresentação da banda Anjos da Sombras no Esquenta (Foto: Equipe COART)

Questionado sobre a empolgação do público, mesmo se tratando de uma banda de heavy metal, Baère afirmou que o segredo é a “grande virtude do Esquenta é seu ponto de vista eclético”. “A Uerj é uma universidade muito plural e o que a gente tenta fazer aqui é trazer todas as tribos, todos os nichos,” explicou. “Imagina, quem é de charme curtir um show de heavy metal e descobrir que gosta. Quem é do heavy metal vir aqui dançar um passinho ou vir num dia de forró e descobrir que é uma coisa legal também de curtir”. O sucesso dessa abordagem se reflete na fidelização de um público que frequenta diferentes edições do Esquenta, criando uma comunidade onde todos descobrem que “toda semana tem uma coisa legal” para curtir, comentou Baère.

A Criativa Revista TEMA

O lançamento da Revista TEMA marcou o dia 15 de setembro, no Auditório Cartola. A publicação é uma coletânea de HQs autorais produzidas pelos alunos da Oficina de Escrita e Roteiro para Quadrinhos da COART. As duas primeiras edições, batizadas de Amargura e Insegurança, trazem histórias impactantes em preto e branco, explorando emoções profundas com estilos diversos, indo do drama à comédia.

Filippe Vitor bolsista da COART e um dos autores da revista autografando (Foto: Samira Santos)

O Escritor e Oficineiro Carlos Felipe Figueiras, mentor da publicação e orientador da oficina, contou que já tinha o curso montado antes de vir para a COART e aproveitou a oferta de espaço para oficinas. A ideia da revista surgiu no primeiro semestre, com a condição de que os alunos estivessem prontos para concretizar a publicação. O nome TEMA nasceu da própria metodologia de ensino: “O tema é dado na aula. Parte da proposta do curso é justamente propor um tema sobre o qual os alunos vão trabalhar,” explicou Figueiras.

Ele destacou que o desafio é desenvolver uma história que siga o tema proposto, sendo o mesmo para todos os participantes. Como a cada turma o tema seria diferente, ele optou por um nome genérico, que pergunta: “Qual o tema da vez?”. Após Amargura e Insegurança, o oficineiro revelou o tema da próxima revista, que já está sendo desenvolvido: Esperança.

Roda de conversa com os artistas da revista (Foto: Samira Santos)

Figueiras finalizou com um conselho para artistas que estão começando no mundo dos quadrinhos: ler muito! Ele ressaltou a importância de ter referências não só de quadrinhos, mas de livros em geral, especialmente nos gêneros e estilos que o artista pretende desenvolver. O objetivo é pegar os estilos de autores consagrados como “referência inicial” para, a partir dela, “começar a botar a sua personalidade ali e criando”.

Cinema, educação e legado

A semana da COART também dedicou espaço à reflexão social e ao legado artístico do país. No Cine Cartola, no dia 17 de setembro, foi exibido o filme “Que Horas Ela Volta?” (2015), com o apoio da produtora @_gullane. O drama narra a história da pernambucana Val, que trabalha como babá em São Paulo, e o conflito que surge quando sua filha Jéssica decide prestar vestibular na cidade e começa a quebrar o rígido protocolo social da casa dos patrões.

Encontro com a equipe da Escolinha de Arte do Brasil (Foto: Samira Santos)

Já no Quintal Cultural, o evento da noite foi a  Escolinha de Arte do Brasil. O evento da quinta-feira, dia 18 de setembro, recebeu um encontro com os representantes da  Escolinha de Arte do Brasil. Convidando a artista-bonequeira e educadora Aline Busatto e o cenógrafo Felipe Pontes para debater o “Passado, presente e perspectivas futuras” de um dos projetos mais influentes no ensino de arte no país. O evento teve como objetivo fortalecer o movimento, que hoje enfrenta desafios na manutenção de seu espaço-sede. Com entrada gratuita em todos os eventos, a COART mais uma vez reforçou seu papel essencial como polo cultural dentro da Uerj.

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