Por Samira Santos
Ao final de cada semestre, os corredores da COART se enchem de movimento, cor e som com a realização da Mostra, COART!. Mais do que um evento, a Mostra é o grande encerramento dos trabalhos das oficinas, onde os participantes têm a oportunidade de apresentar os resultados das suas aulas em dança, música, teatro, entre outras linguagens artísticas. Neste semestre, o clima de expectativa toma conta de alunos e orientadores à medida que se aproxima mais uma edição do evento, que terá duração de uma semana, do dia 8 a 14 de julho.
A programação da Mostra será extensa e diversa, com apresentações de dança, teatro, música e performances em vários espaços da COART, além de exposições de artes visuais que seguirão até o dia 7 de agosto. Os visitantes poderão conferir trabalhos de cerâmica, aquarela, xilogravura, fotografia digital, produção musical e grafite com direito a pinturas nos banheiros do Salão 1. Destaque também para os vídeos produzidos na oficina de cinema, que serão exibidos no banheiro neutro da COART.
Entre as oficinas de artes visuais, quem também está animado com a programação da Mostra é o orientador Rafa Éis, responsável pelas oficinas de desenho e arte educação. Ele destaca que, em comparação com edições anteriores, essa Mostra trará avanços importantes. “Vamos ter uma quantidade maior de oficinas apresentando, uma ocupação bem ampla do espaço da COART e algumas soluções novas para expor os trabalhos”, relata.

Exposição do Rafa Éis para o Mês da Consciência Negra em 2024 (Foto: Equipe COART)
Rafa também cita como destaque a oficina de fotografia digital, que registrou atividades ao longo do semestre e agora apresentará esse olhar coletivo sobre os processos da COART. “A Mostra é uma chance de ver um pouquinho daquilo que a gente não consegue acompanhar com totalidade durante o semestre”, comenta Rafa. Ele lembra que, apesar de o evento não conseguir mostrar tudo que foi produzido, já é o suficiente para revelar os processos de criação de cada turma. Para os interessados em suas oficinas, ele deixa um recado: “A oficina é para quem não sabe nada de desenho, porque gosto de trabalhar com quem está começando. É uma caminhada bonita de acompanhar.”
Para a estudante Nathalya Mendes, de 28 anos, que participa da oficina de funk dada pela oficineira Mayara Assis, o espaço representa uma expressão de alívio em meio à correria da rotina universitária. “É legal porque a gente movimenta o corpo. Ainda mais quando você está na correria do dia a dia, acaba sendo um momento de desestressar, extravasar. E você acaba não tendo esses momentos normalmente”, conta ela, que também cursa Letras na Uerj.
Além do funk, Nathalya já frequentou aulas de violão. Mesmo tendo desistido da música por achar que não tinha talento, ela encontrou na dança um espaço acolhedor e motivador. “A professora é ótima, eu adoro ela. Tem sido muito legal”, afirma. Ela também demonstra interesse por outras atividades oferecidas na COART, como o baile charme e oficinas de yoga e dança árabe, mas nem sempre consegue participar por conta dos horários.

Oficineira de “Funk, rebolado libertador” Mayara Assis (Foto: Reprodução/ Instagram)
Apesar das limitações, Nathalya acredita que a COART tem visibilidade dentro da universidade. “A partir do momento que a gente vem estudar aqui, a gente acaba sabendo. Um fala pro outro. O próprio algoritmo do Instagram acaba indicando a página, e a gente vai conhecendo mais”, explica.
Do outro lado, mas com a mesma empolgação, está a orientadora Elisa Quintanilha, responsável pela área de dança. Ela acompanha de perto o desenvolvimento dos alunos e compartilha as expectativas para a Mostra. “A sensação de apresentar nas mostras é sempre muito potente. É um momento de partilha, de celebrar o processo de cada turma, de cada corpo. É bonito ver os alunos se reconhecendo no palco e se sentindo parte de algo maior”, comenta.
Elisa conta que as apresentações de dança prometem ser diversas e expressivas. Embora nem todos os planos dos outros oficineiros sejam revelados antecipadamente, há uma certeza: a dedicação dos envolvidos vai transparecer no palco. “A expectativa é manter as oficinas e abrir turmas novas com o módulo 2 das que tiveram só o módulo 1 esse semestre”, adianta ela, lembrando que alguns cursos exigem pré-requisitos.

Elisa Quintanilha em sua performance Caminhos de Flores e Pedras (Foto: Equipe COART)
A orientadora também faz um convite especial para quem ainda não teve contato com as oficinas da COART. “Se nunca dançou, venha dançar, pois todos os corpos podem dançar”, afirma, incentivando inclusive a participação nas aulas experimentais do início do semestre. Para ela, essas aulas são ideais para que qualquer pessoa possa vivenciar a proposta antes de decidir se inscrever.
Com a proximidade da Mostra, os sentimentos de empolgação, nervosismo e orgulho se misturam entre estudantes e oficineiros. Para muitos, é a primeira vez que subirão ao palco, para outros uma continuidade de uma jornada de descobertas. Mais do que apresentações, o evento se consolida como um espaço de encontro, experimentação e celebração da arte como parte fundamental da vida universitária.
Seja para assistir, participar ou se inspirar, a Mostra, COART! promete emocionar e movimentar a Uerj e como Elisa disse, sempre há lugar para mais um corpo dançar.