COART vira palco de ideias no primeiro Fórum Cultural da Uerj

Por Samira Santos

Entre os dias 3 e 4 de junho, a Uerj viveu um marco histórico com a realização do seu Primeiro Fórum Cultural. Promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PR-3), o evento aconteceu no Auditório Cartola, com intensa participação de estudantes, professores, técnicos, artistas e gestores culturais. O espaço da COART se transformou em centro de debates e trocas de saberes.

Com mesas-redondas temáticas, o Fórum buscou algo ambicioso: traçar as primeiras diretrizes de uma política cultural institucional para a universidade. Para Ilana Linhales, coordenadora da COART e uma das organizadoras do evento, o fórum representa mais do que um encontro: “É a construção de um documento que possa orientar o fazer cultural dentro da universidade.” O fórum é o pontapé inicial para a construção do documento, que vai ocorrer a partir de grupos de trabalhos que aprofundarão os temas do fórum.

Mesa múltiplos saberes da coordenadora Ilana Linhales (Foto: Equipe COART)

Um fórum para pensar a cultura como um todo

Na abertura do evento, o vice-reitor Bruno Deusdará destacou a importância de incorporar a cultura como eixo estruturante das políticas universitárias. Ao lado dele, estiveram Ana Maria Santiago, Pró-reitora de extensão e cultura (PR-3), Cristina de Pádula (Superintendência de Artes da Secretaria de Cultura do Estado do RJ) e Alexandre Sá, diretor do Departamento Cultural (DECULT/ARTPPGARTES-UERJ). Todos reforçaram a necessidade de consolidar a cultura como um pilar da formação acadêmica e da vida universitária.

O conceito norteador do evento foi amplo: cultura como tudo aquilo que se produz, vive, expressa. “Quando a gente fala de cultura, tem que falar no plural”, afirma Ilana. E foi justamente essa multiplicidade que permeou os dois dias do Fórum.

Múltiplos saberes, múltiplas vozes

Na mesa “Múltiplos Saberes”, que contou com a presença de Ilana, Elisa Quintanilha, orientadora da área de dança (COART) e Rafael Camacho, orientador da área de música (COART), o foco foi nos saberes de grupos historicamente marginalizados: indígenas, quilombolas, negros, periféricos, suburbanos e outros. Segundo Ilana, dar visibilidade a esses saberes dentro da Uerj “potencializa a formação da comunidade acadêmica” e contribui para que a universidade cumpra seu papel social com mais profundidade. Essa diversidade, lembra ela, não se resume aos estudantes: “Estamos falando também de docentes, técnicos, seguranças, agentes de limpeza… Somos um organismo vivo. Precisamos das vozes de todos.”

Tivemos diversas mesas durante o evento como as de Cultura e Formação, Saúde, Trabalho e Financiamento. Foram discutidos temas essenciais para a cultura no cotidiano da Uerj, destacando a necessidade de uma formação acadêmica que integre diversas expressões culturais, a importância do cuidado como prática cultural na saúde mental e coletiva, o reconhecimento do trabalho como espaço de criação simbólica, e o desafio de consolidar o investimento em ações culturais.

Além das mesas de debate, o Fórum buscou reafirmar a ideia de que a cultura universitária nasce da comunidade e da escuta, com o objetivo de criar grupos de trabalho temáticos com propostas que elaborem diretrizes culturais para a Uerj, reforçando que “nada pode ser decidido só de cima para baixo” como relembrou Ilana.

Sediando o evento, a COART não ficou só nos bastidores. Com sua vocação para acolher experimentações artísticas e encontros comunitários, o espaço reafirmou seu papel como centro de efervescência criativa da Uerj. “Esse fórum é a cara da COART: uma profusão de ideias, um espaço aberto, democrático, potente”, afirmou Ilana.

Stand-up no Esquenta COART: a volta de Bryan Pinheiro

Na sexta-feira, 6 de junho, a COART abriu as portas para um evento especial do projeto Esquenta, com a primeira apresentação de stand-up do estudante e influencer Bryan Pinheiro, do curso de Educação Física. Conhecido por seus vídeos bem-humorados sobre a rotina universitária, Bryan levou ao palco um show inédito que arrancou gargalhadas e aplausos do público.

Apresentação do Bryan durante o Esquenta (Foto: Equipe COART)

Quem acompanhou de perto foi Marcelo Assis, produtor da COART e um dos idealizadores do Esquenta. “A gente já conhecia o talento do Bryan pelas redes, mas a força dele no palco foi surpreendente. Ele tem carisma, ritmo e timing. E falou sobre coisas que todo mundo da Uerj vive, como a fila de bandejão e o estresse no final do período.” contou Assis.

“O Esquenta é esse momento leve, de sexta à noite, pra gente reconhecer os talentos da nossa própria comunidade. A ideia é fazer do palco da COART um espelho da Uerj.” Segundo Marcelo, a experiência foi tão positiva que outras edições já estão sendo planejadas. “A gente quer fazer mais. E quer ver mais Bryans surgindo por aí. A COART está aberta.”

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